02 novembro, 2010

Proibição de Casal Hétero adotar criança por preconceitos???


Justiça inglesa proíbe casal hétero de adotar por ser contra homossexualidade

Um casal heterossexual foi impedidode adotar uma criança por não aprovar a homossexualidade.
Para evitar problemas futuros de homofobia, um juiz inglês proibiuOwen e Eunice Johns de adotar.
Os dois, que são da Igreja Pentecostal, estão pedindo ajuda a líderes religiosos para protestar contra a decisão dizendo que ela fere a liberdade religiosa.


Seria cômico se não fosse demasiado sério... Ainda que por um sabor de vingança, não moralmente bom, segundo tradições em voga, que tirou a lei "do olho por olho e dente por dente", mas que ainda continua com sua tradição de "limpe-se de seus pecados", ou de quem você é, na mistura da no mesmo, perceber que há pessoas que ainda prezam pelo amor legítimo, onde o problema para mim não é a religião ou a orientação sexual, porém, o problema aqui, que eu concordo com o juiz, é a possibilidade de sofrimento "psíquico" e pessoal que essa criança pode sofrer vivendo com pais auto-decididamente hipócritas e preconceituosos:
hipócritas: só amaremos essa criança a quem desejamos dar um lar se ela corresponder a nossos pré-conceitos de um bom ser humano, caso contrário... sim, e se a criança for gay? Tiver amigos homossexuais?

Perdão o acesso, mas maquiavelicamente falando, achei a noticia deliciosamente, ou ambiguamente interessante e veio a vontade de dividir com nossos caríssimos leitores!

Beijos e podem opinar, ainda que eu apresente considerações não concordantes! ;)

20 agosto, 2010

Queer Comics

Divertido, ironicamente crítico e (re)formulante de pensamentos.
O Queer Comics se propõe a discutir - ilustrar - as questões homoafetivas de maneira original e descontraída.

05 agosto, 2010

"Bicha Oca, baseado nos contos homoeróticos de Marcelino Freire, que discute a sexualidade a partir de textos literários. Em cena, um homossexual retrógrado e solitário questiona os hábitos atuais dos gays e a importância de manifestações da militância LGBT. O título da peça não é meramente ilustrativo, num trecho do conto a personagem diz: “Bicha devia nascer sem coração. É, devia. Oca. (...) Bicha devia nascer vazia”. O que corrobora com a visão de esvaziamento das relações, a fugacidade dos encontros e a necessidade – inevitável – da busca por um parceiro".



Reflexões inúmeras me acorreram ao assistir e lembrar a peça. Talvez a mais marcante seja: “Será que me tornarei bicha oca”? O espetáculo traz consigo uma carga emocional que te transporta para dentro de si, para suas ações e sentimentos, até os mais exclusos e reclusos. Torna você espectador de sua trajetória, na qual se vê semelhante ou num lugar extremamente diferente onde seu Alceu se encontra.
As memórias de seu Alceu te agridem, te cercam de uma indubitável força venérea que te corrompe, fazendo com que não saia o mesmo, a impressão é que o espectador do início da peça fica sentado na cadeira, enquanto o renovado espetacdor-admirador do trabalho se vai ao término. Se deixando levar pela aura que se dispõe.
Durante toda a peça é possível imaginar-se vivendo as histórias de Alceu, se imaginar flertando, imaginar-se amando, desejando algo incerto e inesperado.
As críticas às movimentações atuais da causa LGBT vem em forma de revolta, de maneira controversa. Ele alega a defesa do romantismo, ‘naquela época havia mais romantismo’ agora está tudo aberto e permissível (ideia da personagem).
Num final surpreendente surge alguém para dividir o ovo, a mesa e a vida, ele, o menino – mais parece uma alucinação provocada pelo desejo e imaginação de seu Alceu. Mostrando-se como uma visão magistral, vestido apenas com seus cachos e palavras doces e firmes o menino consola seu Alceu. Em seus cachos e palavras o menino traz o conforto da ideia de que depois da dor há o amor, um bálsamo à espera na relva amanhecida. Quem dedicar os melhores pensamentos, as inquietantes angústias da vida cotidiana e as profundas carícias.
Bicha Oca é para se assistir, vazio, livre de pudores e se permitindo levar pela ideia central da peça e por algumas reflexões das personagens.

11 julho, 2010

Como Esquecer - filme brasileiro


Brasil, um País rotulado pelo futebol e as "popozudas" (expressão fora de moda), que adora prezar pelos direitos humanos e argumentar que aqui não há discriminação, tem em sua mídia e produção de mercado uma estreita seleção de homens e mulheres brancos, bem-sucedidos e heterossexuais, mesmo com a alta diversidade que nos formam.

Mas o cinema tem quebrado algumas barreiras, depois de Querô, Carandiru, ó pai ó, tantos outros dramas cômicos que o homossexual é agredido e satirizado, começa a atentar para relacionamentos além do dado pejorativo circundante na sociedade. Primeiro "do começo ao fim", um filme de Aluizio Abranches (2009), agora começa a produzir um romance onde um casal de amigos, uma lésbica (Ana Paula Arósio) e um homossexual (Murilo Rosa), tentam lidar com o fim de seus relacionamentos, então após "do começo ao fim" temos nova reflexão: "Como esquecer", de Malu de Martino.

Porém, muitas barreiras ainda são impostas: "Em países católicos, há uma grande tendência a considerar os homossexuais como de um mundo à parte, estimulando o preconceito e a segregação", afirma a diretora Malu De Martino, de Mulheres do Brasil. "Uma vez que falamos de uma relação gay, há ainda um novo desafio, que é trazer essas mulheres para um lugar comum, já que não existe conflito sobre suas opções sexuais."

O roteiro, escrito ao longo de três anos, é baseado no livro Como Esquecer - Anotações Quase Inglesas, uma história com toques autobiográficos de Myriam Campello, publicada em 2003. O longa-metragem teve locações no Rio de Janeiro e em Londres, com produção da experiente Elisa Tolomelli (Sonhos Roubados, Benjamim, Cidade de Deus).

Como Esquecer deve estrear primeiro no Rio, São Paulo, Porto Alegre, Curitiba, Belo Horizonte, Brasília, Salvador e Recife. Depois, o filme segue para outras capitais e cidades do interior, previsão de estréia para outubro de 2010.

Ansioso por novidades.

Informação tida pelo: http://forumbaianolgbt.blogspot.com/2010/07/com-ana-paulo-arosio-e-murilo-rosa.html em julho de 2010.

17 maio, 2010

E nós que somos a doença e o pecado'

Psicólogo Pedrosa responde: Já fiz de tudo para reverter a minha homossexualidade. O que faço?
  • Por João Pedrosa* 13/5/2010 - 18:52

Olá, Dr. João! No meio de tantas buscas na internet, achei um artigo que o senhor escreveu falando sobre a homossexualidade. Me assumi homossexual há seis meses, mas sofro com o meu próprio inconsciente, uso a psicoterapia há mais de 10 anos, hoje estou com 18. Aos oito anos, um psicanalista "descobriu" a minha homossexualidade, tentou revertê-la com psicoterapia e me impôs a obrigação de gostar de meninas, mesmo sem sentir nada por elas. Aos meus 15 anos, entrei em um estado depressivo considerado muito grave, remédios de uso comum como fluoxetina e alprazolam não surtiam efeito algum sobre meu organismo. E eu continuava tentando mudar minha orientação sexual, pois é um pecado muito grande no meio cristão, onde somos encarados como leprosos e somos afastados de tudo e de todos.

Passei a sofrer de fobia social também, que depois veio a se transformar em um estado de paranoia parecido com esquizofrenia, de 30 em 30 minutos sofria com colapsos de pavor e somatizações, como: vômitos, falta de ar e taquicardia. Depois de meses com o mesmo psiquiatra, que só trocou a fluoxetina pela paroxetina, eu fui a um neurologista que me deu uma gama de remédios: Amitriptilina, Bupropiona, Sertralina e Rivotril. Não tive mais crises de pânico e a depressão se atenuou ao ponto de conseguir frequentar a um psicólogo que infelizmente era um dos adeptos da nova onda de "reversão sexual" a qual me impunha a pensar e ver filmes eróticos heterossexuais para que meu psiquismo se acostumasse com a cena e passasse a ter prazer com aquilo... Foi catastrófico, toda a minha depressão voltou e eu parei de trabalhar novamente...

Hoje sou dependente de remédios e vivo de psicoterapia, não sei mais o que fazer, não sei mais aonde procurar ajuda, não sei mais o que faço, se existe algo que reverta a minha sexualidade, me indique, não aguento mais tanto sofrimento. Já tentei sem sucesso o suicídio três vezes, me oriente, por favor! Obrigado! Silva (SãoPaulo - SP)

A ideia de mudar a orientação sexual de uma pessoa é totalmente ultrapassada. Antigamente alguns psicólogos acreditavam ser possível esta mudança. Tentaram mudar através da terapia de reversão, mas a literatura científica não registra nenhum caso de sucesso. O máximo que conseguiram foi fazer com que o gay deixasse de praticar o sexo homossexual, mas o desejo homossexual continuou. Sabe-se hoje que não é possível mudar este desejo. A pessoa morre com ele.

Desde a década de 1970, depois de estudos e pesquisas, entidades representativas e científicas de psicólogos nos Estados Unidos da América, na França, na Espanha, no Brasil, entre outras, concluíram que a orientação sexual homossexual não é uma doença, nem um distúrbio, nem uma perversão e, sim, uma variante normal da heterossexualidade. E para que indivíduo possa ser emocionalmente saudável e ter uma boa qualidade de vida é necessário que ele vivencie a sua verdadeira orientação sexual, ou seja, aquilo que ele realmente é. Portanto, como a homossexualidade não é uma doença, nada precisa ser tratado. O trabalho do psicólogo deve ser focado no apoio e no acolhimento da pessoa homossexual no sentido de que ela possa vivenciar sua homossexualidade superando possíveis barreiras, preconceitos e discriminações.

Lamentavelmente, existe um grupo de psicólogos ligados a religiões, católica e evangélica em particular, que confundem religião com psicologia. Utilizam-se dos dogmas da religião para desenvolver seu trabalho profissional propondo a "cura" da homossexualidade. Do ponto de vista científico isto é uma grande fraude, pois a psicologia não reconhece que seja possível reverter a orientação sexual e o Conselho Federal de Psicologia do Brasil, através da Resolução 001/99, proíbe o psicólogo de utilizar esta prática junto aos seus clientes.

O resulta do trabalho destes psicólogos, que prometem a reversão, são danosos. Os efeitos colaterais são severos distúrbios comportamentais e psiquiátricos. Foi o que aconteceu com você. Infelizmente, você é mais uma vítima da violência cometida por estes psicólogos. Ao tentar "curar" algo que não tem cura provocam graves sequelas emocionais nos seus clientes homossexuais.

Acho que o caminho não é o suicídio. Você tem que ter coragem e enfrentar a vida. Criar um repertório de enfrentamento contra a homofobia e saber como lidar com sua homossexualidade é o melhor caminho para você. Para isto é necessário que você procure um profissional da psicologia que referencie sua prática tendo como base os pressupostos científicos e não a religião. Este profissional poderá ajudá-lo. Ser gay é muito bom e saudável. Seja forte e corajoso, não desista de viver. Receba meu abraço fraterno!

*João Batista Pedrosa é psicólogo (CRP 06/31768-3) e autor do livro "Segundo Desejo" (Iglu). Envie suas dúvidas e perguntas para pedrosa@syntony.com.br. Seu site: http://www.syntony.com.br/

Retirado do site A CAPA: http://acapa.virgula.uol.com.br/site/

05 maio, 2010

Algo que me incomodou




A adoção de crianças por casais gays já é de muito tempo debatida e problematizada. Quer dizer, a adoção em si no Brasil já é conturbada, mas isso não vem ao caso.


No aconchego do meu lar e no prazer do meu café noturno, incorro no erro de assistir o Programa do Ratinho no Sistema Brasileiro de televisão (vulgo SBT). Quando penso que não, antes até de tomar a primeira golada do chocolate quente e tirar o primeiro pedaço do pão, ouço o apresentador Massa anunciar uma enquete e o tema de um debate que aconteceria em seu programa em tom jocoso e tendencioso: "Você é contra ou a favor da adoção de crianças por casais homossexuais?". Isso já me fez remexer na cadeira e engolir em seco o pedaço do pão. Para debater tal questão ele (o "Massa") chama ao palco uma promotora e um casal de homossexuais masculinos. Antes de iniciar a "conversa-discussão", é apresentado o caso de duas mulheres que adotaram duas meninas no Rio Grande do Sul. Até aí menos mal, a discussão caminha sofregamente assim como o meu café. Entretanto, quando essa promotora começa a expor seu posicionamento notadamente hipócrita de que não era contra a união estável homossexual, era a favor da adoção e respeitava os homossexuais, MAS que tinha um pequeno detalhe nessa adoção, o casal de homossexuais revolveu-se na poltrona e esperaram afoitos o continuar do comentário dissimulado e pautado no fundamentalismo cego de que Família se constitui apenas com um HOMEM e uma MULHER. Ela dizia que o preço pago pela criança por ter dois pais ou duas mães era muito alto, falou também do constrangimento na escola e perante a sociedade em dizer quem são seus pais ou suas mães e fora o "egoísmo" de duas pessoas do mesmo sexo resgistrarem com seus nomes uma só criança, para ela isso era lastimável. O casal gay perante essa situação assume uma posição ofensiva (que lhes é justo) em lutar e acreditar em seus direitos citando da Constituição Brasileira os parágrafos terceiro e quinto que dizem, respectivamente, que todos são iguais perante a lei e devem ser julgados sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação. Em meio a essas afirmações ouve-se da platéia gritos e aplausos que se confundem entre sendo a favor ou contra a adoção de crianças por casais homossexuais, ora era quando a promotora falava, ora quando o casal gay se pronunciava ou ainda quando o bobo do circo apresentador (ops! o Carlos Massa) fazia algum comentário idiota e preconceituoso. Ao terminar meu café, antes mesmo de se encerrar a discussão fadada ao erro, saio da cozinha desligando a televisão. Resumindo a situação (até onde vi), houve claras demonstrações de ignorância, preconceito e burrice ante as questões homoafetivas. Vale ressaltar, a promotora dizia não ser HOMOFÓBICAAA!




Twee Vaders, Dois Pais, Two Fathers