17 fevereiro, 2011

Palavras nos devaneios virtuais, indicado por uma amiga...

Dividindo aos nobres "prismad@s"

Carta ao homofóbico que arrancou meu sangue

Caro homofóbico,
Suponho que agora, depois de ter me surrado, você esteja um pouquinho mais feliz.


Mesmo com dor pelo corpo todo, hematomas, nariz quebrado, sangue coagulado, marcas, costelas quebradas, mesmo sentindo toda a dor do mundo por ter sido espancado covardemente por você, fico feliz que tenha tido o poder imenso de te fazer um pouquinho mais feliz, ao menos, enquanto a surra durou.


Você pode me bater, me socar, xingar, tirar meu sangue, até me matar, mas, tenha a certeza de que aquela sementinha que você queria arrancar e tornar-me igual a você, continua aqui, intacta. Ainda continuarei te assombrando com o meu rebolado, com as minhas roupas chamativas, com o fato de eu amar e sentir tesão por outro homem, de cometer o crime inafiançável de andar de mãos dadas com outro homem no meio da rua.


Sabe essa felicidade que você viu estampada no meu rosto e que quis arrancar com socos e pontapés? Pois é, felizmente, ela continua aqui e não vai a lugar algum. Depois que a dor passar, que os ossos sararem, que meu medo cessar, vou continuar sendo gay, feliz, completo, e você?


Aqueles minutos em que me bateu já passaram e com eles o sentimento de poder e invencibilidade se foram também, não é? Agora você voltou a se sentir o lixo que você é, voltou a sentir o vazio que te consome as entranhas, voltou a engolir todos aqueles sentimentos que você teima em esconder, não é?

02 novembro, 2010

Proibição de Casal Hétero adotar criança por preconceitos???


Justiça inglesa proíbe casal hétero de adotar por ser contra homossexualidade

Um casal heterossexual foi impedidode adotar uma criança por não aprovar a homossexualidade.
Para evitar problemas futuros de homofobia, um juiz inglês proibiuOwen e Eunice Johns de adotar.
Os dois, que são da Igreja Pentecostal, estão pedindo ajuda a líderes religiosos para protestar contra a decisão dizendo que ela fere a liberdade religiosa.


Seria cômico se não fosse demasiado sério... Ainda que por um sabor de vingança, não moralmente bom, segundo tradições em voga, que tirou a lei "do olho por olho e dente por dente", mas que ainda continua com sua tradição de "limpe-se de seus pecados", ou de quem você é, na mistura da no mesmo, perceber que há pessoas que ainda prezam pelo amor legítimo, onde o problema para mim não é a religião ou a orientação sexual, porém, o problema aqui, que eu concordo com o juiz, é a possibilidade de sofrimento "psíquico" e pessoal que essa criança pode sofrer vivendo com pais auto-decididamente hipócritas e preconceituosos:
hipócritas: só amaremos essa criança a quem desejamos dar um lar se ela corresponder a nossos pré-conceitos de um bom ser humano, caso contrário... sim, e se a criança for gay? Tiver amigos homossexuais?

Perdão o acesso, mas maquiavelicamente falando, achei a noticia deliciosamente, ou ambiguamente interessante e veio a vontade de dividir com nossos caríssimos leitores!

Beijos e podem opinar, ainda que eu apresente considerações não concordantes! ;)

20 agosto, 2010

Queer Comics

Divertido, ironicamente crítico e (re)formulante de pensamentos.
O Queer Comics se propõe a discutir - ilustrar - as questões homoafetivas de maneira original e descontraída.

05 agosto, 2010

"Bicha Oca, baseado nos contos homoeróticos de Marcelino Freire, que discute a sexualidade a partir de textos literários. Em cena, um homossexual retrógrado e solitário questiona os hábitos atuais dos gays e a importância de manifestações da militância LGBT. O título da peça não é meramente ilustrativo, num trecho do conto a personagem diz: “Bicha devia nascer sem coração. É, devia. Oca. (...) Bicha devia nascer vazia”. O que corrobora com a visão de esvaziamento das relações, a fugacidade dos encontros e a necessidade – inevitável – da busca por um parceiro".



Reflexões inúmeras me acorreram ao assistir e lembrar a peça. Talvez a mais marcante seja: “Será que me tornarei bicha oca”? O espetáculo traz consigo uma carga emocional que te transporta para dentro de si, para suas ações e sentimentos, até os mais exclusos e reclusos. Torna você espectador de sua trajetória, na qual se vê semelhante ou num lugar extremamente diferente onde seu Alceu se encontra.
As memórias de seu Alceu te agridem, te cercam de uma indubitável força venérea que te corrompe, fazendo com que não saia o mesmo, a impressão é que o espectador do início da peça fica sentado na cadeira, enquanto o renovado espetacdor-admirador do trabalho se vai ao término. Se deixando levar pela aura que se dispõe.
Durante toda a peça é possível imaginar-se vivendo as histórias de Alceu, se imaginar flertando, imaginar-se amando, desejando algo incerto e inesperado.
As críticas às movimentações atuais da causa LGBT vem em forma de revolta, de maneira controversa. Ele alega a defesa do romantismo, ‘naquela época havia mais romantismo’ agora está tudo aberto e permissível (ideia da personagem).
Num final surpreendente surge alguém para dividir o ovo, a mesa e a vida, ele, o menino – mais parece uma alucinação provocada pelo desejo e imaginação de seu Alceu. Mostrando-se como uma visão magistral, vestido apenas com seus cachos e palavras doces e firmes o menino consola seu Alceu. Em seus cachos e palavras o menino traz o conforto da ideia de que depois da dor há o amor, um bálsamo à espera na relva amanhecida. Quem dedicar os melhores pensamentos, as inquietantes angústias da vida cotidiana e as profundas carícias.
Bicha Oca é para se assistir, vazio, livre de pudores e se permitindo levar pela ideia central da peça e por algumas reflexões das personagens.

11 julho, 2010

Como Esquecer - filme brasileiro


Brasil, um País rotulado pelo futebol e as "popozudas" (expressão fora de moda), que adora prezar pelos direitos humanos e argumentar que aqui não há discriminação, tem em sua mídia e produção de mercado uma estreita seleção de homens e mulheres brancos, bem-sucedidos e heterossexuais, mesmo com a alta diversidade que nos formam.

Mas o cinema tem quebrado algumas barreiras, depois de Querô, Carandiru, ó pai ó, tantos outros dramas cômicos que o homossexual é agredido e satirizado, começa a atentar para relacionamentos além do dado pejorativo circundante na sociedade. Primeiro "do começo ao fim", um filme de Aluizio Abranches (2009), agora começa a produzir um romance onde um casal de amigos, uma lésbica (Ana Paula Arósio) e um homossexual (Murilo Rosa), tentam lidar com o fim de seus relacionamentos, então após "do começo ao fim" temos nova reflexão: "Como esquecer", de Malu de Martino.

Porém, muitas barreiras ainda são impostas: "Em países católicos, há uma grande tendência a considerar os homossexuais como de um mundo à parte, estimulando o preconceito e a segregação", afirma a diretora Malu De Martino, de Mulheres do Brasil. "Uma vez que falamos de uma relação gay, há ainda um novo desafio, que é trazer essas mulheres para um lugar comum, já que não existe conflito sobre suas opções sexuais."

O roteiro, escrito ao longo de três anos, é baseado no livro Como Esquecer - Anotações Quase Inglesas, uma história com toques autobiográficos de Myriam Campello, publicada em 2003. O longa-metragem teve locações no Rio de Janeiro e em Londres, com produção da experiente Elisa Tolomelli (Sonhos Roubados, Benjamim, Cidade de Deus).

Como Esquecer deve estrear primeiro no Rio, São Paulo, Porto Alegre, Curitiba, Belo Horizonte, Brasília, Salvador e Recife. Depois, o filme segue para outras capitais e cidades do interior, previsão de estréia para outubro de 2010.

Ansioso por novidades.

Informação tida pelo: http://forumbaianolgbt.blogspot.com/2010/07/com-ana-paulo-arosio-e-murilo-rosa.html em julho de 2010.